quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Biografia de escritores

Thomas Morus

Thomas More passou à história universal como autor da "Utopia", publicada em cerca de 1516, obra em que criou um reino-ilha imaginário cuja sociedade funcionava de modo justo e perfeito.

Utopia tornou-se uma palavra comum do vocabulário universal para designar sociedades perfeitas ou ideais, embora impossíveis. Na obra de More, os estudiosos atuais vêem uma sociedade que se opunha à da Inglaterra de sua época ou uma sátira a esta mesma sociedade.

O escritor é considerado também um grande advogado, embora não existam evidências do fato, já que todos os processos em que participou se perderam. Em 1520, Thomas More passou a freqüentar a corte do rei inglês Henrique 8o e recebeu o título de cavaleiro no ano seguinte.

Como pensador, ele estava ligado às idéias humanistas do Renascimento Foi grande amigo do filósofo Erasmo de Roterdã, que a ele dedicou sua obra-prima, "O Elogio à Loucura". A amizade entre ambos abalou-se posteriormente, à medida em que More aderiu a uma ortodoxia religiosa, enquanto Erasmo tornou-se um crítico da Igreja católica. Por sua vez, More tornou-se um crítico das reformas protestantes, escrevendo ataques a Lutero e a todos aqueles que quisessem colocar o direito comum acima do direito canônico.

Foi brevemente chanceler da Inglaterra, entre 1529 e 1532, e o seu mandato distinguiu-se apenas pela persistente perseguição de hereges e heresias. Esse é talvez o grande paradoxo da vida de More que era um libertário, enquanto pensador, ao mesmo tempo que defendia uma rígida autoridade religiosa.

Esse, aliás, foi o motivo que o levou a desentender-se com Henrique 8o. O soberano queria divorciar-se de sua primeira esposa para desposar Ana Bolena. Contudo, o papa Clemente 7o negou o pedido do rei que, em retaliação, rompeu com a Igreja católica, criando uma Igreja inglesa ou anglicana da qual ele era a maior autoridade.
More, então, renunciou ao cargo de chanceler e deixou de servir o governo.

Henrique casou-se com Ana Bolena e exigiu que a nobreza da Inglaterra jurasse considerar seu legítimo herdeiro um filho que eventualmente tivesse com ela. More foi chamado a realizar seu juramento em 1535, mas, diante de sua recusa, foi aprisionado na Torre de Londres. Pouco depois, no mesmo ano, foi acusado de traição, julgado, condenado e decapitado. Quatro séculos depois, em 1935, foi canonizado pela Igreja católica.

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