segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Trecho do meu livro CICATRIZES DE UM SEGREDO

Medeiros e Martim encontraram-se em frente à universidade às sete horas e trinta minutos. O detetive havia ligado para o reitor pedindo que se encontrassem antes da abertura do prédio.

- Creio que o ladrão aparecerá só mais uma vez – explicou Medeiros. Analisei todas as pistas ontem à noite e cheguei a essa conclusão.
- Assim espero – desabafou Martim. Você não deve estar assustado, mas eu sinto arrepios só de imaginar esse desgraçado voltando todo dia aqui e deixando essas pistas malucas.
- Sei exatamente em que ponto da sala o ladrão deixou a última pista.

Martim franziu a testa. De onde o detetive havia tirado essa idéia? Resolveu apenas acompanhá-lo sem interrogações. Verificaram primeiramente a porta lateral do prédio. Nada anormal além dos pontos vermelhos alinhados em formato de cruz anteriormente encontrados. Depois foram até a sala do cofre. Ao abrir a porta da sala, o detetive apontou para o cofre, para a parede do lado esquerdo, para o chão, para a porta às suas costas e por fim, para a parede do lado direito. Exatamente como ele previa. A última pista alinhava-se com as outras em formato de cruz. Junto à parede havia outra folha de jornal. Havia ali uma reportagem sobre a Cidade do México e sobre ela, escrita com caneta esferográfica vermelha, a frase: PÉROLAS SÃO MINHAS.
Martim arrepiou-se. O quebra-cabeça começava a se encaixar na mente de Medeiros. Todas as jóias foram citadas. O “C” desenhado no chão representando o diamante. As esmeraldas e as pérolas destacadas em jornais e o rubi representado na parede.

- Em que local o bisavô de Ricardo encontrou as jóias? – indagou Medeiros.
- Em uma caverna na Cidade do México – respondeu Martim.

O detetive apontou para o título da reportagem. O reitor arregalou os olhos e segurou o queixo. Medeiros voltou até a porta e releu a inscrição atrás dela. Fez um leve sinal de positivo com a cabeça. Alguém estava tentando corrigir um erro do passado.

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