sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Um pouco da história da rock

Em 1966, com o single Substitute o The Who finalmente levava o hard rock pela primeira vez ao topo das paradas (em grande parte devido à repercussão do quebra quebra generalizado promovido após os shows pela banda no palco e pelo público na platéia), enquanto Eric Clapton forma o power trio Cream. Nos Estados Unidos as novidades eram menos agressivas: a fusão definitiva entre o folk e o rock da banda The Byrds e Simon & Garfunkel e as harmonias vocais da banda The Mammas and The Pappas.

As influências das temáticas mais complexas do folk rock eram flagrantes (vide a evolução dos Beatles com o álbum Revolver) e paralelamente às letras mais instigantes os músicos buscavam também levar adiante as sonoridades, explorando instrumentos exóticos e arranjos mais complexos, experimentais e inexperados.

As drogas não mais eram apenas consumidas para eliminar o cansaço, mas sim para buscar prazer e estados alterados de percepção. A música da época foi fortemente influenciada por drogas como LSD, seja porque era composta sobre seu efeito ou porque era composta de maneira a simular ou tentar ampliar seus efeitos. O novo tipo de música foi chamado de psicodélico.

Sobre o efeito de LSD os Beatles gravaram o que possivelmente foi o álbum mais revolucionário da história do rock, Sht Peppers’ Lonely Hearts Club Band, em 1967. Pela primeira vez uma banda de rock rompeu definitivamente com o formato extremamente comercial da música hit single, lançando uma obra em que cada música era apenas uma parte do todo. Tendo gasto mais de 700 horas e seis meses de gravação, tratou-se de um álbum instigante desde a sua capa (uma colagem de personalidades admiradas pelos Beatles) até o último sulco do disco (um ciclo sem fim).

Para muitos Sgt Peppers é considerado o nascimento do rock progressivo (que não se prende a nenhum conceito predefinido, baseado na experimentação e no ineditismo). Divide esta glória com um outro álbum, curiosamente gravado no mesmo estúdio e ao mesmo tempo, The Pipers At The Gates Of Dawn, da banda Pink Floyd, que havia ficado famosa pelas suas performances audiovisuais no underground londrino, capitaneada pelo gênio movido a LSD de Syd Barret.

Descoberto e levado para a Inglaterra pelo ex-Animals Chas Chendler, Jimi Hendrix seria uma outra grande revelação de 1967. Com seu segundo single, Purple Haze (o primeiro havia sido Hey Joe, um ano antes) Hendrix captou a atenção não apenas do público, mas de astros como Eric Clapton e Mick Jagger, criando uma nova sonoridade e ampliando definitivamente o papel e os recursos da guitarra elétrica no rock.

Baseados na agressão ao stablishment e na liberdade (sexual e de experimentação) herdada do pensamento beat, surgia nos Estados Unidos o movimento hippie, concentrado principalmente em San Francisco, e tendo como expoentes bandas como Gratefull Dead, Jefferson Airplane (claramente influenciadas por drogas) e The Doors (com seu primeiro single, Light My Fire) e artistas derivados da música folk como Janis Joplin. São marcos da época as flores no cabelo (daí o termo flower power), os cabelos longos e as comunidades alternativas. O símbolo de três pontas relacionado ao lema "paz e amor" foi tomado da sinalização militar que significava "cessar bombardeio". Nada mais adequado em época de Guerra do Vietnan.

O grande evento do ano de 1967 seria o Monterey Pop Festival que reuniu na California Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Animals, Simon and Garfunkel, Bufallo Springfield, entre outros.

Em 1968 com o final da banda Yardbirds Jimmy Page forma o New Yardbirds logo renomeado para Led Zeppelin, ao mesmo tempo em que o Cream alcançava um merecido sucesso. Uma outra banda de hard rock, Sttepenwolf, na música Born To Be Wild, cunhava pela primeira vez o termo ‘heavy metal’. A sonoridade do Led Zeppelin era inédita, e embora muito baseada no blues, mais agressiva do que qualquer música anterior. Instrumentistas virtuosos, solos e improvisações de tempo indeterminado começavam a se destacar. O hard rock iniciava seu período de apogeu ao mesmo tempo em que os clássicos como Beatles e Pink Floyd, passavam por problemas de convivência cada vez maiores (embora os Beatles ainda fossem levar sua carreira adiante por quase dois anos, o Pink Floyd sofreria uma grande mudança com a saída de Syd Barret).

1969 foi ainda o ano dos grandes festivais. A morte de um fã durante um show dos Rolling Stones durante uma apresentação gratuita no festival de Altamond, California, foi o marco negativo do ano. Mas mesmo esta má impressão não seria capaz de abafar a realização do que possivelmente foi o maior evento de música de todos os tempos, entre 15 e 17 de Agosto, em Woodstock, interpretado por muitos como o marco do início de uma nova era de paz e amor, com apresentações entre outros de Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jefferson Airplane e The Who. No Newport Jazz Festival por sua vez apresentaram-se Led Zeppelin, Jethro Tull, John Mayall, Ten Years After, Jeff Beck, James Brows, Johnny Winter, entre outros.

Com bandas de músicos virtuosos como Pink Floyd, Led Zepellin, Cream, Jethro Tull e Deep Purple, e os super experimentais Mothers Of Invention de Frank Zappa, associados aos trabalhos cada vez mais elaborados de bandas antigas como os Beatles e o The Who (que havia lançado a ópera rock Tommy, elevando definitivamente o rock a categoria de arte) a simplicidade característica do rock dos primeiros tempos havia sumido.

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