segunda-feira, 8 de março de 2010

Literatura pelo mundo

Literatura Portuguesa - Parte VI

Poesia

No início do século XIX, a literatura portuguesa experimentou uma revolução literária iniciada pelo poeta Almeida Garrett, quem tinha entrado em contato com o Romantismo inglês e francês durante seu exílio, e que decidiu basear suas obras na tradição nacional portuguesa. Em seu poema narrativo Camões (1825), rompeu com as regras estabelecidas de composição; seguiram-lhe Flores sem Fruto e a coleção de poemas amorosos Folhas Caídas, enquanto sua elegante prosa está recolhida na obra miscelânea Viagens na minha terra.

Entre os primeiros seguidores de Almeida Garrett encontra-se Alexandre Herculano, cuja poesia está cheia de motivos patrióticos e religiosos, e de reminiscências de Lamennais. O movimento voltou-se ultra-romântico em mãos de autores como Castilho, um maestro do verso escasso de ideias, ou nos versos de João de Lemos ou do melancólico Soares de Passos. Tomás Ribeiro, autor do poema patriótico D. Jaime, é sincero em seus conteúdos, mas segue os excessos desta escola em sua gosto pela forma e a melodia.

Em 1865, um grupo de jovens autores liderados por Antero de Quental, e pelo futuro presidente Teófilo Braga, rebelaram-se contra a dominação das letras portuguesas ostentada por Castilho, e, influídos por tendências estrangeiras, proclamou a aliança de filosofia e poesia. Uma feroz guerra de panfletos contribuiu à queda de Castilho, e a poesia ganhou com isso em profundeza e realismo, se voltando também anticristã e revolucionária. Como poeta, Quental deixou uns sonetos elegantes mas pessimistas, inspirados no neo-budismo e nas ideias agnósticas provenientes de Alemanha, enquanto Brada, positivista, criou uma épica da humanidade, Visão dos Tempos.

Guerra Junqueiro é recordado principalmente como o poeta irônico de Morte de D. João, mas em Pátria também conseguiu invocar à Dinastia de Bragança em algumas cenas poderosas, e em Vos Simples interpretou a natureza e a vida rural à luz de sua imaginação panteísta. Antonio Gomes Leal, por sua vez, é um poeta anticristão com toques de baudelaire, enquanto João de Deus, um dos poetas mais importantes de sua geração, não pertencia a nenhuma escola, e tomava sua inspiração das mulheres e a religião; seus primeiros poemas, reunidos em Campo de Flores, estão marcado por uma ternura e um misticismo sensual muito portugueses.

Outros poetas interessantes desta época são o sonetista João Penha, o parnasiano Gonçalves Crespo ou o simbolista Eugenio de Castro.

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