quarta-feira, 17 de março de 2010

Literatura pelo mundo

Literatura alemã - Parte I

Período do alto antigo Alto Alemão (800-1100)

A obra literária mais antiga que se conhece é o poema épico Hildebrandslied (O cantar de Hildebrand), escrito em torno do ano 800 e do qual se conservou apenas um fragmento. Outras lendas tratam de personagens heróicos como Teodorico, rei dos ostrogodos; Átila, rei dos hunos, e Sigfrid.

Em 381, Ulfilas, bispo dos godos, traduziu a Bíblia para sua língua vernácula e um sacerdote anônimo escreveu Muspili (900), um poema aliterativo em dialeto bávaro que descreve o Juízo Final. Outra obra importante escrita no antigo alto alemão é o poema épico Heliand (século IX).

Os monges preservaram a literatura e a história de sua época. No entanto, durante este período, a maioria das obras literárias foi escrita em latim, utilizando-se o alemão para as traduções da língua antiga. Durante os séculos IX e X desenvolveu-se uma literatura oral popular constituída por narrativas e baladas que, até aproximadamente o século XIV, não foram fixadas por escrito.

Período do médio Alto Alemão (1100-1370)

Enquanto os escritos em prosa e o teatro constituíram-se, quase sempre, de obras didático-religiosas, a poesia desenvolveu-se como modo de expressão secularizada. Os Spielleute (jograis itinerantes) contavam histórias baseadas nas experiências dos guerreiros que retornavam das Cruzadas. Entre os poemas épicos deste período, König Rother (O rei Rother, 1150) obteve o maior reconhecimento. Outro estilo importante foi a epopéia cortesã, na qual destacaram-se Hartmann von Que, Gottfried von Strassburg, Wolfram von Eschenbach e Heinrich von Veldeke. Uma variação foram os poemas épicos protagonizados por animais. Reineke Fuchs (Reineke, a raposa, 1180), de Heinrich, o Glîchesaere, são os melhores exemplos. O poema épico mais importante deste período é o anônimo Nibelungenlied (Cantar dos Nibelungos) do século XIII.

A poesia lírica desenvolveu-se na forma de Minnesang ou lírica cortesã, composta por poetas líricos chamados Minnesänger. O grande mestre deste tipo de poesia foi Walther von der Vogelweide.

A Reforma teve seu reflexo na literatura, especialmente através de Martinho Lutero, cuja tradução da Bíblia estabeleceu o novo alto alemão como língua literária da Alemanha. Na literatura secular surgem as Meistergesang (canções dos mestres), escritas por grêmios de artesãos chamados Meistersinger (mestres-cantores). Também foram populares os singelos poemas líricos chamados Volkslieder (canções populares). O Schwank, uma forma grotesca de argumento cômico, deu expressão popular às histórias de pícaros maliciosos como Till Eulenspiegel. Sebastian Brant escreveu sua famosa sátira Das Narrenschiff (A nau dos loucos, 1491), tendo também alcançado o sucesso Johann Fischart. Este período registra a primeira aparição do lendário professor Johann Faust na anônima narrativa História do Dr. Johann Fausten.

No final do século XV, o teatro em alemão começou a tomar forma secularizada nas Fastnachtsspiele (representações de carnaval). Entre os dramaturgos mais importantes estão Burkard Waldis, Nikodemus Frischlin e Hans Sachs.

No princípio do século XVII, o crítico Martin Optiz defendeu a imitação dos modelos literários franceses. Nesta época, poetas como Simon Dach, Paul Flemming, Johann Scheffler, comumente chamado Angelus Silesius, o barão Friedrich von Logau e Paul Gerhardt alcançaram uma maior individualidade de expressão.

Os efeitos da Guerra dos Trinta Anos podem ser sentidos na obra do romancista Hans Jakob Christoph von Grimmelshausen. As comédias do satírico Andreas Gryphius também descrevem o desencanto posterior à guerra.

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