quinta-feira, 18 de março de 2010

Literatura pelo mundo

Literatura alemã - Parte II

Século XVIII

No começo do século XVIII ocorre um importante movimento que rompe com as influências estrangeiras e aparece o realismo no romance. No primeiro período, chamado pré-clássico, destacam-se: Christian Fürchtegott Gellert, Friedrich Gottlieb Klopstock — autor do poema épico religioso Messias — e Christoph Martin Wieland.

August Wilhelm von Schlegel (1767-1845) foi, junto com seu irmão Friedrich, um dos críticos importantes do primeiro período romântico alemão. Escreveu Preleções sobre literatura e arte (1801) e Sobre literatura e arte dramática, entre outras obras. Ficaram célebres suas traduções de Shakespeare, Calderón de la Barca, Luís Vaz de Camões, Garcilaso, Lope de Vega, Petrarca e Torquato Tasso. Os dramas de Gotthold Ephraim Lessing estão na origem do teatro moderno alemão e do florescimento do espírito iluminista na Alemanha.

O filósofo Johann Gottfried von Herder foi a figura dominante do Sturm und Drang, movimento que tomou por empréstimo o nome de uma obra teatral de Friedrich Maximilian von Klinger. Este movimento defendia o uso de elementos nacionais e foi inspirado na Volkslied (poesia popular) cujos princípios podem ser encontrados nos primeiros dramas de Johann Wolfgang von Goethe e Friedrich von Schiller.

O período clássico se manifesta na evolução de Goethe e Schiller, durante a transição do romantismo para o classicismo, circunstância que também se apresenta na obra do poeta Friedrich Holdërlin, do dramaturgo e autor de romances curtos Heinrich von Kleist e nas narrativas do humorista Johann Friedrich Richte (mais conhecido pelo pseudônimo de Jean Paul).

Em 1798, a crescente tendência romântica tornou-se dominante com a primeira aparição do periódico Das Athenäum, editado por três amigos: o escritor Ludwig Tieck e os críticos August Wilhelm von Schlegel e Friedrich von Schlegel. Das Athenäum influenciou poetas como Ernst Moritz Arndt e Karl Theodor Körner. A obra do filósofo Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling deu ao movimento uma base filosófica, enquanto que as narrativas populares e a mitologia recebiam uma atenção nas compilações feitas pelos irmãos Grimm. Uma notável coleção de canções populares alemães foi compilada pelo poeta e dramaturgo Clemens Maria Brentano e seu cunhado Achim von Arnim. Os temas românticos caracterizam a obra de Novalis, Ludwig Tieck, Joseph von Eichendorff, Adelbert von Chamisso, Ludwig Uhland, Eduard Mörike, Nikolaus Lenau e E. T. A. Hoffmann, o mestre do conto fantástico.

Revolução e Reação

Durante a década de 1830, o movimento chamado Junges Deutschland (Jovem Alemanha) — do qual participava Heinrich Heine — apoiou os liberais na tentativa de modificar o poder absoluto dos príncipes feudais. As idéias políticas dominaram o teatro alemão do século XIX. Além de Christian Dietrich Grabbe, destacam-se o dramaturgo revolucionário Georg Büchner, pioneiro do realismo psicológico, Friedrich Hebbel, o austríaco Franz Grillparzer, Ferdinand Raimund, Johann Nepomuk Nestroy e Ludwig Anzengruber. O compositor Richard Wagner exerceu uma profunda influência no teatro alemão do século XIX.

Entre os narradores mais populares do século XIX encontram-se Adalbert Stifter, o romancista suíço Gottfried Keller, Jeremias Gotthelf, Wilhelm Raabe, Conrad Ferdinand Meyer, Theodor Storm e Theodor Fontane. O idealismo dominante foi substituído pelo materialismo que se manifesta na obra de autores como Paul Johann Anselm von Feuerbach, Leopold von Ranke — considerado o fundador da escrita objetiva da história —, Theodor Mommsen e Jakob Burckhardt.

O desenvolvimento da psicologia e da história, combinados com a concepção de Nietzsche de ser o artista um crítico radical da sociedade, inspiraram os movimentos literários mais importantes do final do século XIX e princípio do XX: o naturalismo, o expressionismo e o teatro épico. O movimento naturalista apareceu depois do apogeu do realismo. Entre seus maiores expoentes figuram Arthur Schnitzler e Gerhart Hauptmann.

No princípio do século XX, outros movimentos importantes da literatura alemã XX foram o neoclassicismo, neo-romantismo, o simbolismo, o surrealismo, o dadaísmo — e, com uma maior importância para as letras alemãs à qual está intimamente vinculado — o expressionismo que insiste em enfatizar os problemas psicológicos. Além do dramaturgo Frank Wedekind, destacam-se Walter Hasenclever, Ernst Toller, Fritz von Unruh, Georg Kaiser, Carl Zuckmayer, Georg Trakl, Georg Heym e Franz Werfel.

O dramaturgo mais original e sugestivo do período moderno foi Bertolt Brecht. Começou como expressionista, mas logo desenvolveu seu próprio estilo que encontraria continuidade nas obras de Peter Weiss, Rolf Hochhuth e Heinar Kipphart. Outros autores teatrais importantes são Friedrich Dürrenmatt e Max Rudolf Frisch.

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