segunda-feira, 22 de março de 2010

Literatura pelo mundo

Literatura inglesa - Parte II

Literatura elisabetana

A era elisabetana viu um grande florescimento da literatura, especialmente no campo do drama. A Renascença italiana tinha redescoberto o antigo teatro grego e romano, e isso foi fundamental no desenvolvimento do novo drama, que estava então começando a distanciar-se das velhas peças de mistério e milagres da Idade Média. Os italianos foram particularmente inspirados por Sêneca (um grande autor de tragédias e filósofo, o tutor de Nero) e Plauto (seus clichês cômicos, especialmente daqueles soldados garbosos tiveram uma poderosa influência na Renascença e depois). Contudo, as tragédias italianas adotaram um princípio contrário à ética de Sêneca: mostrando sangue e violência no palco. Nas peças de Sêneca tais cenas eram somente representadas por cartazes. Mas os dramaturgos ingleses estavam fascinados pelo modelo italiano: uma representativa comunidade de atores italianos estava morando Londres e Giovanni Florio tinha trazido muito da cultura e linguagem italiana para Inglaterra. É também verdade que a Era Elisabetana foi uma época muito violenta e que a grande incidência de assassinatos políticos na Renascença italiana (expressos pelas idéias de Nicolau Maquiavel em o O Príncipe) não permitiu acalmar temores de conspirações. Como um resultado disto, representações que continham este tipo de violência nesta época eram provavelmente mais catalíticas para o espectador elisabetano. Acompanhando as primeiras peças elisabetanas tais como Sackville & Norton de Gorboduc e The Spanish Tragedy por Kyd, a qual forneceu muito material para Hamlet, William Shakespeare destaca-se neste período como poeta e dramaturgo, e ainda não foi superado. Shakespeare não era um homem de letras por profissão, e provavelmente tinha somente alguma educação gramatical escolar. Ele não era nem um advogado, nem um aristocrata como os “talentos universais” que estavam monopolizando o palco inglês quando ele começou a escrever. Mas era muito talentoso e incrivelmente versátil, e ultrapassou "profissionais" como Greene, que ridicularizava este "shake-scene" de origens humildes. Embora a maioria dos dramas fossem recebidos com grande sucesso, em seus últimos anos (marcados pelo início do reinado de James I) que ele escreveu aquelas que viriam a ser consideradas suas grandes peças: Hamlet, King Lear, Macbeth, All's well that ends well, ANthony and Cleopatra. Para listar os trabalhos que pertencem ao período tardio, devemos adicionar The Tempest, uma tragicomédia que inscreve dentro do drama principal uma brilhante demonstração para o novo rei. Esta 'peça dentro de uma peça' toma forma de um masque, um interlúdio com música e dança, colorido por efeitos especiais em novos teatros internos. Críticos mostraram que na peça principal, a qual pode ser considerada um trabalho dramático por si só, foi escrita para a corte de James, se não foi para o próprio monarca. A arte mágica de Prospero, na qual depende o desfecho do enredo, sugere a bela relação entre arte e natureza na poesia. De forma significativa por estes tempos (a chegada dos primeiros colonos na America), The Tempest é (embora não aparentemente) ambientada nas Ilhas Bermudas, como as pesquisas em ‘‘Bemuda Pamphlets’’ (1609) têm mostrado, ligando Shakespeare à Virginia Company itself.

Os sonetos foram introduzidos na Inglaterra po Thomas Wyatt no início do século 16. Os poemas pretendiam ser transformados em músicas, tais como os de Thomas Campion, que se tornaram populares quando a literatura impressa foi disseminada mais abertamente nas casas. Outras figuras importantes no teatro elisabetano incluem Christopher Marlowe, Thomas Dekker, John Fletcher e Francis Beaumont. Se Marlowe (1564-1593) não tivesse sido esfaqueado numa taverna aos vinte e nove anos, segundo Anthony Burgess, ele poderia ter rivalizado, se não igualado o próprio Shakespeare em seus dons poéticos. Notavelmente, ele nasceu apenas algumas semanas antes dele e deve tê-lo conhecido bem. O assunto principal de Marlowe, contudo era diferente: focava-se mais no homem da renascença do que em qualquer outra coisa. Marlowe era fascinado e estarrecido pelas fronteiras da nova e moderna ciência. Drawing on German lore, ele apresentou Dr. Fausto a Inglaterra, um cientista e mago que é obcecado pela sede de conhecimento e pelo desejo de empurrar o poder tecnológico humano aos seus limites. Ele adquire poderes sobrenaturais que o permitem até voltar no tempo e casar-se com Helena de Tróia, mas ao fim do seu pacto de 24 anos com o diabo é obrigado a render sua alma a ele. Seus heróis sombrios devem ter um pouco do próprio Marlowe, cuja data de morte ainda é um mistério. Ele era conhecido por ser ateu, levar uma vida desregrada, ter várias mulheres, consorting with ruffians: viver a "alta sociedade" do submundo de Londres. Mas muitos suspeitam que isso pode ter sido um disfarce para suas atividade como agente secreto para a rainha Elizabeth I, sugerindo que o "esfaqueamento acidental" pode ter sido um assassinato premeditado a mando dos inimigos da Coroa. Beaumont e Fletcher são menos conhecidos, mas é quase certo que eles ajudaram Shakespeare a escrever seus melhores dramas e também eram bastante famosos na época. É também nessa época que o gênero de comédia urbana se desenvolve. No fim do século 16, a poesia inglesa era caracterizada pela elaboração da linguagem e extensiva alusão a mitos clássicos. Os mais importantes poetas dessa época incluem Edmund Spenser e Sir Philip Sidney.

Nenhum comentário:

Postar um comentário