quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Entrevista com o autor Marcos Bulzara

O entrevistado de hoje no nosso blog é o escritor gaúcho, mas que reside no interior de São Paulo, Marcos Bulzara. Ele é autor de O ARQUITETO DO ESQUECIMENTO e JOÃO E MARIA, este em parceria com Ana Paula Bergamasco.

Confiram a entrevista:

1. Quem é Marcos Bulzara?

Usarei minha resposta que já se tornou padrão. Sou um comerciante por necessidade, publicitário por formação e escritor por vocação.


2. A ideia de se tornar um autor surgiu de onde? Quais as suas influências?

Sempre tive muita facilidade com a construção de textos. Gosto de escrever contos e a redação publicitária também me é muito atraente. Mas o desejo de escrever uma obra mais extensa me arrastou para a criação do meu primeiro romance. Foi uma experiência fantástica e que acabou me “fisgando” para a construção literária. Influências? Acho que a primeira que me recordo foi Érico Veríssimo. Hoje aprecio desde Dan Brown, John Grisham e Sidney Sheldon até Saramago e James Joyce. Sem esquecer Machado de Assis e José de Alencar.


3. Seu livro de estreia, O ARQUITETO DO ESQUECIMENTO, narra a história de um jovem sobrevivente do holocausto que, mais tarde, ganhou milhões com a criação de uma droga poderosíssima. Os romances históricos são complicados de escrever pois são necessárias muitas pesquisas para tornar a trama a mais fiel possível aos detalhes da época. Conte-nos como foi seu processo de pesquisa histórica e criação do enredo dessa obra.

Não há como negar que a nossa geração de escritores possui uma ferramenta fantástica que é a internet. Grande parte das pesquisas para o meu livro (e foram muitas) foram feitas na web. Também conversei com profissionais que me passaram informações muito úteis para a construção da trama e li alguns livros de sobreviventes do holocausto alemão para capturar a essência do sofrimento que tantos prisioneiros viveram durante a Segunda Guerra Mundial. Mas a parte criativa é a que mais demanda esforço. E isso é algo íntimo, particular. Não vem de fora, mas de dentro. Mas, igualmente, é a mais prazerosa.


4. Algum motivo especial para criar a trama tendo como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial?

Nenhum motivo em especial. Quando o protagonista “nasceu” na minha mente, ele era um polonês judeu. A Guerra foi uma consequência cronológica da vida dele. Mas, como você mencionou, ela é apenas um pano de fundo para contar uma história maior. O Arquiteto do Esquecimento não é um livro sobre a guerra.


5. O personagem principal, Doran Visich, criou uma droga capaz de apagar a memória humana. Quais seriam as consequências, em sua opinião, se esse medicamento realmente existisse?

Essa é uma questão que depende muito de cada um. Será que existe algo que valeria a pena ser “apagado” das nossas vidas? Penso que tudo aquilo que vivemos (coisas boas ou ruins) são importantes para a nossa felicidade, para a construção da nossa história. Mas existem traumas tão grandes e que causam tanta dor que talvez essa droga pudesse ser de alguma forma útil.


6. Algum personagem dessa obra foi inspirado em alguém?

Não. Apenas algumas características físicas ou de personalidade eu “empestei” entre familiares e amigos. Mas isso eu acho que é algo comum a todos os autores.


7. Ao lado da escritora Ana Paula Bergamasco, você acaba de lançar JOÃO E MARIA. Qual o enredo dessa história?

É uma comédia romântica deliciosa e emocionante. Nós contamos a história do João, um astro de rock que é lindo, extrovertido, arrogante e adorado pelas mulheres e da Maria, uma moça intelectual, tímida, estudiosa e avessa à badalação. Ou seja, os dois não tem nada em comum, mas na vida as coisas às vezes não acontecem como planejamos. É a história de um amor impossível, platônico, daqueles que às vezes nós mesmos cultivamos, mas não temos coragem de assumir.


8. A ideia de escrever uma obra em dupla é pouco comum. De onde surgiu esse interesse? Como foi o processo de criação desse livro tão peculiar?

Nós acabamos nos conhecendo pelos nossos primeiros lançamentos (O Arquiteto do Esquecimento, meu, e Apátrida, da Ana Paula). Depois ingressamos no Selo Brasileiro e a aproximação nos levou a tentar essa ideia meio maluca – escrever um livro a quatro mãos. E deu tão certo que terminamos o livro em apenas quarenta dias! E fizemos algo original. Eu escrevi o personagem “João” e a Ana Paula escreveu a “Maria”. Fizemos um roteiro da história e depois apenas fomos construindo as cenas. Cada capítulo tem duas partes, uma contada pela Maria e outra contada pelo João. É como se fossem dois livros em um. Ficou muito interessante


9. Se gosta do rock n' roll, cite-nos seus artistas preferidos do gênero.

Gosto. Mas não sou tão “heavy metal” como alguns amigos. Aprecio Queen, Scorpions, Aerosmith, Deep Purple, Van Halen, entre outros (e até Iron Maiden e AC/DC).


10. Pra finalizar, uma mensagem aos leitores do blog.

Gosto de escrever histórias que emocionem e divirtam os leitores. Aquelas que fazem as pessoas grudarem nas páginas até o final. Imagino que “O Arquiteto do Esquecimento” e “João & Maria” se encaixam nessa categoria. Espero que todos que se aventurarem nas páginas dos meus livros possam experimentar momentos de prazer e emoção.

Grande abraço a todos!


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