terça-feira, 28 de agosto de 2012

Literatura pelo mundo - Países árabes


Literatura árabe
Época medieval

O exemplo de maior destaque da literatura árabe é o Alcorão, livro que os muçulmanos julgam revelado por Deus a seu profeta, Maomé, no século VII, e que é reverenciado em todo mundo.

Conservam-se centenas de odes e poemas compostos um século antes da época do profeta. Entre os autores mais destacados encontram-se al-Asha, Amr ibn-Kultum e Imru-al-Qays. O Hamasa de AbuTammam, el Mufaddaliyat, resumido por al-Mufaddal, e el Kitab al-Agani são famosos recopiladores da poesia pré-islâmica.

A poesia continuou prosperando sob da dinastia omíada (661-750) com poetas como al-Farazdaq e Jarir. O poeta do século X al-Mutanabbi é considerado como o último dos grandes poetas árabes. As obras em prosa mais antigas que sobreviveram, com o pré-islâmico Aiyam al-Arab, são histórias que comemoram guerras tribais. Ibn-Ishaq escreveu uma biografia do Profeta.

Graças às academias, o pensamento filosófico islâmico estimulou-se através do estudo dos antigos filósofos gregos, nos séculos XII e XIII, o sufismo islâmico expressou-se através da poesia de Ibn al-Faridand Ibn al-Arabí e nos Escritos dos Irmãos da pureza. Os grandes filósofos medievais influenciaram no desenvolvimento da escolástica. Os mais destacados foram Averroés (Ibn Rusd), Avicena (Ibn Sina) e Al Ghazali.

A literatura popular, constituída por narrações dos contadores de histórias, formam uma tradição oral ainda viva nesta parte do mundo. Os heróis da Antigüidade e o famoso califa do século VIII Harun al-Rachid se converteram em protagonistas de contos como os de As Mil e uma noites. Os famosos Maqamat (Saraus) do poeta al-Hamadani e as Maqamat do escritor al-Hariri foram criadas tanto para instruir como para divertir.

Época moderna

Um dos escritores mais aplaudidos da atualidade é o romancista, autor teatral e roteirista Naguib Mahfouz, prêmio Nobel em 1988. O romance também é representado por M. Hussain Heikal; a poesia por Shauqi e por A. Z. Abushady; os contos por Mahmud Taimur, e o ensaio literário e filosófico por Taha Hussein. Tawfiq al-Hakim e Salama Musa, entre outros, optaram por uma literatura mais ocidentalizada. As poesias do Profeta, de Kahlil Gibran, são lidas em todo mundo.

Literatura Árabe Andaluza

Com a introdução da poesia árabe na nascente cultura árabe-andaluza, prosperaram eruditos e recopiladores como Ibn Abd Rabbini (860-940), Abú al-Qali (901-967), Ibn Bassan de Santarén (?-1147) e Said al-Magrabi. Autores autônomos importantes foram Yahya al-Hakam al-Bakrí (?-864) e Abd al-Malik (796-852), que foi o primeiro historiador andaluz.

Abd al-Rahmán III rodeou-se de poetas e eruditos para conseguir uma consciência nacional. Assim surgiram as escolas poéticas sevilhana — inclinada para a poesia amorosa e lírica — e cordobesa, mais intelectual e filosófica. Durante o reinado de Al Hakam destacou-se o grande poeta Ibn Hani de Elvira (?-972) e apareceram obras como o Livro dos hortos, uma antologia de poetas árabe-andaluzes.

Após os reinos de Taifas as letras árabe-andaluzas alcançaram um grande desenvolvimento. Em Sevilla sobressaiu-se al-Mutadid e, em Córdoba, Ibn Hazm (944-1064), autor de O colar da pomba. As grandes figuras nas composições líricas da dinastia almorávida foram ibn Quzmán (c. 1078-1160), ibn Hafaga de Alcira (?-1134) e ibn al-Zaqqah. Com os almorávidas desenvolveu-se uma literatura filosófica nas quais se destacaram o já mencionado Averroés e ibn Arabi, a figura mais representativa do sufismo árabe-espanhol.

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