quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Literatura pelo mundo - França (parte I)


Idade Média

No século XI apareceram os primeiros textos em francês: as Canções de Gesta. Formas prematuras de poesia, seus autores narravam façanhas heroicas. Estes poemas são classificados em três grupos: francês, bretão e clássico.

O ciclo francês trata, principalmente, dos que lutavam a serviço da religião. A figura central é Carlos Magno, transformado em herói do cristianismo. O poema épico mais famoso, composto no princípio do século XII, é A Canção de Rolando.

O ciclo bretão está baseado no folclore celta. O principal poeta foi Chrétien de Troyes que viveu no final do século XII.

O ciclo clássico ou antigo é o grupo menos original. A obra mais conhecida é o Romance de Alexandre.

Simultaneamente às Canções de Gesta, a literatura popular criou os fabliaux, que floresceram nos séculos XII e XIII, as sátiras — entre elas, Le Roman de Renard, baseadas nas coleções de fábulas do século XII —, e o Roman de la rose, escrito por Guillaume de Lorris e Jean de Meun (ou Meung). A influência deste texto estendeu-se pela Europa até o século XVII.

O melhor poeta lírico medieval foi François Villon, cuja influência prolongou-se até o século XX.

A evolução da literatura medieval religiosa para a profana vê-se, mais claramente, no teatro do século XIII, data da primeira obra pastoral e ópera cômica. Os milagres da Virgem foram o tema favorito durante o século XIV mas, no século seguinte, as produções teatrais libertaram-se da influência eclesiástica.

Antes do século XVI, destacam-se também alguns historiadores, entre eles Godofredo de Villehardouin e Jean de Joinville, cronistas das Cruzadas. Christine de Pisan, autora de crônicas cortesãs em elegantes versos e Alain Chartier, cronista em verso da desastrosa batalha de Agincourt, foram eclipsados por Jean Froissart que descreveu o mundo das ordens de cavalaria. As Memórias (1524), de Philippe de Comines, é o primeiro relato de acontecimentos políticos sob o ponto de vista de um homem de Estado.

O Renascimento


O mais importante dos primeiros poetas do Renascimento foi Maurice Scève, escritor do século XVI, mas o apogeu deste período só foi alcançado com o grupo de poetas conhecidos como la Pléyade cujo mentor foi Pierre de Ronsard. Por outro lado, Joachim du Bellay ajudou a preparar a chegada do Classicismo. As novas idéias do Renascimento — e, especialmente, o novo conceito de Humanismo — apareceram, pela primeira vez, nos escritos de François Rabelais, famoso pela vivacidade e talento enquanto Michel de Montaigne apresentava-se como protótipo do humanista erudito.

Período Clássico 

O século XVII é a época clássica da literatura. Uma das principais figuras do período foi François de Malherbe. Dois fatores influenciaram na aceitação dos conceitos literários de Malherbe: o salão da marquesa de Rambouillet, considerada a fundadora do Preciosismo, e a Academia Francesa, tornada estatal em 1635 e responsável pela publicação do primeiro dicionário. Outra mulher influente foi a marquesa de Maintenon. 


Nicolas Boileau-Despréaux foi o principal crítico e teórico literário da época clássica. Também destaca-se Jacques Bénigne Bossuet, o orador mais célebre da época. 

Pierre Corneille tornou-se o primeiro dos grandes mestres franceses da tragédia clássica. Seu sucessor, Jean Baptiste Racine, foi mais valorizado. Molière seria reconhecido como o mestre da comédia. 

Cabe destacar a contribuição dos jansenistas, um grupo católico puritano. As figuras de ponta do Jansenismo são o filósofo, físico, matemático e místico Blaise Pascal, os polemistas teológicos Arnauld e Pierre Nicole, além dos moralistas Jean de la Bruyère e François de la Rochefoucauld. Jean de la Fontaine é considerado um dos maiores fabulistas de todos os tempos enquanto a melhor romancista da época — principalmente devido à exploração psicológica de suas personagens — foi Madame de La Fayette. 

O século das luzes 


No século XVIII, os precursores do Iluminismo foram François de Salignac de la Mothe Fenélon, Bernard le Bovier Fontenelle e Pierre Bayle. Contudo, quem melhor encarna o espírito deste século é Voltaire. O escritor Denis Diderot encarregou-se de projetar e sistematizar o conhecimento humano na Enciclopédia. Um livro notório desta época, O espírito das leis (1748-1750), de Charles de Secondat, barão de Montesquieu, continua influenciando o pensamento político moderno. 


Na ficção destacam-se Antrine François Prévost, Pierre de Marivaux e Pierre Choderlos de Laclos. Na poesia, o maior nome foi André Chénier. 

A obra de Jean-Jacques Rousseau antecipou as idéias revolucionárias e inaugurou o Romantismo. No período de reação que sucedeu a Revolução Francesa, os principais escritores foram o Conde Joseph de Maistre e o Visconde François René de Chateaubriand. 

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