Romantismo
Dos numerosos grupos literários surgidos no século XIX, os mais importantes
foram os românticos. Os romances de Madame de Staël anteciparam o Romantismo da
geração seguinte, formada por Alphonse de Lamartine, Victor Hugo, Dumas (pai),
Théophile Gautier e os poetas Alfred de Vigny, Alfred de Musset e Charles
Nodier.
Da mesma época procedem o poeta Pierre Jean de Béranger, a romancista George
Sand — pioneira do romance social e uma das primeiras feministas da História —,
o historiador Jules Michelet e alguns precursores do Socialismo como
Saint-Simon, Charles Fourier, Pierre Proudhon e Louis Blanc. Em nível
intermediário encontram-se as obras dos historiadores François Guizot, Adolphe
Thiers e Augustin Thierry, e os textos de Benjamin Constant.
Realismo
Honoré de Balzac é considerado o autor que propicia a transição entre a
corrente romântica e a realista, integrada por Stendhal, Gustave Flaubert e
Prosper Mérimée. O realista Charles Augustin Sainte-Beuve é considerado o
melhor crítico francês. Seus ensaios são ótimos exemplos de crítica sociológica
e psicológica.
Parnasianismo e Simbolismo
Os poetas parnasianos Leconte de Lisle, Sully Prudhomme e José de Heredia
reagiram contra o Romantismo. A obra deles é mais uma volta ao Classicismo do
que uma inovação. Baudelaire exerceu forte influência sobre os simbolistas,
também chamados, pejorativamente, de decadentes. Os poetas mais importantes
deste período foram Paul Verlaine, Henri de Régnier, Stéphane Mallarmé, Isidore
Ducasse (um uruguaio que se intitulava Conde de Lautréamont), Tristan Corbière,
Charles Cros e Jules Laforgue. O mais influente simbolista foi Arthur Rimbaud
que escreveu seus poemas mais representativos antes de completar 19 anos.
Também na prosa alguns escritores buscaram efeitos simbolistas, entre eles o
crítico literário Remy de Gourmont, Édouard Dujardin e o poeta Henri de
Régnier.
Naturalismo
No final do século XIX surge a corrente chamada Naturalismo, liderada pelo
historiador e crítico Hippolyte Taine e pelos irmãos Edmond e Jules de
Goncourt. O Naturalismo foi adotado por Émile Zola, o escritor mais
significativo deste movimento. No campo da narrativa curta, o autor mais
importante foi Guy de Maupassant. A obra do crítico e historiador Ernest Renan
exerceu influência sobre os romancistas Pierre Loti, Maurice Barrès e Anatole
France.
O século XX
No século XX, a literatura francesa diversificou-se através de escritores
individualistas, entre eles, Marcel Proust, autor de "À Procura do Tempo
Perdido", um dos melhores romances já escritos. A independência do
pensamento nota-se, também, em Romain Rolland, André Gide e outros autores como
Roger Martin du Gard, Francis Jammes e François Mauriac e Jean Cocteau, este
último um homem que exerceu sua criatividade em diferentes campos artísticos.
Jean Giraudoux é considerado um grande estilista. A obra de Jules Romains
retrata a alma coletiva da sociedade e Guillaume Apollinaire exerceu uma
marcada influência sobre a arte moderna. Destacam-se, também, o poeta católico,
dramaturgo e apologista Paul Claudel e Paul Valéry que começou como simbolista
e foi um dos melhores poetas psicológicos de seu tempo. Outros prosadores
famosos são Henry de Montherlant, autor de romances elegantes, e Colette, cuja
aguda percepção a une aos realistas.
Após a I Guerra Mundial, o tema bélico ocupa as obras de Henri Barbusse e
Roland Dorgelès, precursores dos livros antibélicos do final da década de 1920.
O ensaísta André Maurois escreveu sobre a guerra em tom de humor. Georges
Duhamel tratou o tema com ironia e as obras de Jean Giono mostram um pacifismo
militante e uma antipatia pela hegemonia das máquinas. Na época das vanguardas
artísticas explodiu uma rebelião contra todas as formas artísticas
tradicionais. Surgem o dadaísmo e o surrealismo, este último liderado por André
Breton. Louis Aragon, Paul Éluard e Philippe Soupault são poetas que
participaram do movimento surrealista.
Outros romancistas empregaram diferentes recursos para expressar o espírito de
sua época. Muitos merecem destaque: André Malraux, o aviador Antoine de
Saint-Exupéry — que chegou a ser considerado o melhor escritor de sua geração
—, Louis-Ferdinand Céline, Marguerite Yourcenar, Françoise Sagan e Jean-Jacques
Servan-Schreiber, cujas obras mudaram a opinião pública francesa em temas
políticos. Poetas importantes deste século foram Saint-John Perse e René Char.
Na década de 1940 desenvolve-se o movimento filosófico e literário chamado
Existencialismo, integrado, entre outros, por Jean-Paul Sartre e Simone de
Beauvoir. Albert Camus procurou encontrar um sentido digno para a vida sem
recorrer à hipocrisia ou falsos moralismos, ao mesmo tempo em que revelava uma
visão niilista e desesperançada da condição humana. Em seu romance A Peste, uma
metafóra da ocupação nazista e um apelo à dignidade, Camus revelou sua
descrença nos homens ao escrever a frase "o natural é o micróbio".
Albert Camus recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957 e morreu, aos 47
anos, em um acidente de automóvel.
Na década de 1950 surgem duas escolas de literatura experimental: o Antiteatro
e o Teatro do Absurdo cujos maiores exemplo são as obras de Eugène Ionesco,
Samuel Beckett e Jean Genet. Paralelo ao antiteatro nasce o nouveau roman que
se manifestou, principalmente, nas obras narrativas e teóricas de Nathalie
Sarraute, Claude Simon, Alain Robbe-Grillet e Michel Butor.
Em 1960 aparece uma nova escola de crítica literária, o Estruturalismo, baseada
no trabalho do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss. Seu maior expoente foi
Roland Barthes. A última tendência crítica é conhecida como Desconstrução e seu
pioneiro é o filósofo e crítico Jacques Derrida.
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