A literatura italiana nasce a
princípios do século XIII. As influências que impulsionaram sua criação foram
sobre tudo religiosas e São Francisco de Assís junto a seus seguidores foram os
criadores da lírica aguda, que era uma canção sagrada popular que se conhecia
no centro da Italia. São Francisco compôs um dos poemas italianos mais antigos,
"Cantica do Sole", ou "Laudes Creaturarum" (1225), uma
improvisação sublime -dizia Paschal Robinson- mais que uma produção literária
estrita. O movimento literário mais importante da segunda metade do século XIII
foi o que Dante chamou o "dolce stil novo".
O século XIV foi um período de
mudanças na cultura e vida medieval que deram passo a um novo conceito da
existência. Também se refletiu mais maturidade na tradição literária que teve
sua maior expresão graças ao florentino Dante Alighueri. Suas obras foram a
origem da tradição literária e lingüística moderna. A lírica mais recente se
recorre na "Vita Nuova", uma autobiografia na que o autor canta a sua
amada Beatriz, este amor trascende ao amor a Deus. Dante trabalha os temas do
espírito, a cultura e a política em obras anteriores a "Divina
Comédia" como "Convivio","De vulgari eloquentia" e
"De monarchia".
A obra mais importante de Dante
é a "Divina Comédia", uma obra complexa e muito poética que trata um
tema muito amplo. O conteúdo une a cultura e o espírito da idade média e põe de
manifiesto a fé religiosa de uma realidade construída e dirigida por Deus.
Século XIV
Na Itália e em outros lugares,
este é o século da literatura mística, se traduziram algumas das Sagradas
Escrituras e obras dos apóstolos, como cartas, sermões e outros tratados
religiosos. O valor lingüístico destes tratados é comparável ao fervor
religioso que contém.
A prosa do século XIV se
caracteriza pela produção de literatura religiosa, provocada em grande medida pela
educação religiosa do momento. Prova disso é a quantidade de sermões, tratados
doutrinais e biografias de santos (quase sempre Saint Francis e Saint
Catherine) que se produziram na época, o que nos da uma visão do grau de
cristianismo da época. Também tiveram obras históricas, latim e em italiano,
que são conhecidas por sua vivacidade e narrações consistentes.
O Renascimento
Os ideais do humanismo
culminaram no Renascimento. O Renascimento italiano foi um período glorioso
para as artes que deu exemplo ao resto da Europa graças às obras de Masaccio,
Piero della Francesca, da Vinci, Michelangelo, Raphael, Donatello, Botticelli,
Brunelleschi, Bramante, etc. Foi o ponto de partida para a civilização moderna.
Este período se caracteriza pela idéia do homem como centro do universo, como
protagonista e criador de seu destino, pelos ideais de graça, beleza, harmonia,
pela glorificação da liberdade individual e a síntese entre o homem e a
natureza.
O Renascimento italiano se
divide em duas partes: o renascimento recente, desde a volta dos pais de
Avignon (1377) até a invasão de Carlos VIII (1494), Quatrocentos; e o
renascimento tardio, desde a derrota dos franceses de Fornovo (1495) até a
delegação do ducado de Ferrara a Santa Sede, Cinquecentos.
A Decadência
O Renascimento havia esgotado o
gênio criativo dos italianos e a nação estava destroçada pelo Tratado de
Cateau-Cambrésis (1559). A finais do século XVI a decadência começou a aflorar
e durou todo o século XVII (Seicento) e a primeira metade do século XVIII
(Settecento), esta foi a pior época na história da literatura italiana.
O escritor mais conhecido da
época foi Galileo Galilei (1564-1642), ainda que era científico, suas obras
foram reconhecidas por seu elevado nível literário. Francesco Redi (1626-1698)
era um distinguido físico também conhecido por ser filólogo e poeta. Os
principais escritores do século foram três jesuítas que combinaram a devoção e
o estudo com o estilo literário. Seu estilo foi menos livre que o de Galileo
que nunca foi superado por nenhum de seus contemporâneos. O Padre Sforza
Pallavicino (1607-1667) escreveu a história oficial do Concilio de Trento,
refuntando a de Fra Paolo Sarpi (1552-1623), e tratados éticos e religiosos do
que hoje em dia ainda se leem "Arte della Perfezione Cristiana" e os
quatro livros "do Bene", diálogos filosóficos que se mantiveram na
vila do Cardinal Alessandro Orsini em Bracciano. O Padre Daniello Bartoli
(1608-85) foi um escritor prolífico e brilhante, escreveu a história da
sociedade de Jesus em um estilo tipicamente do seicento. O Padre Paolo Segneri
(1624-94) reformou a arte da oratória religiosa e a liberou da corrupção da
época.
Literatura moderna
Alguns dos escritores da literatura moderna que merecem menção são os
seguintes: Italo Calvino, cujos contos filosóficos têm uma forma original
("Nostri antenati"); Carlo Emilio Gadda que utiliza uma linguagem
antitradicional para refletir a sociedade contemporânea; Dino Buzzati ("Il
deserto dei Tartari") e Elsa Morante ("La storia") que estuda a
psicologia do homem. A novela de suspense italiana mais conhecida
internacionalmente é "Em nome da rosa", de Umberto Eco.
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