Seus textos
mais antigos são o hino Hospodine,
pomiluj ny (século XI), uma crônica da Boêmia escrita pelo monge Cosmas, a
tradução para o tcheco do texto latino (ver
Língua latina) Alexandreida (século
XIV) e a Crônica de Dalimil, rimas de
caráter nacionalista. O diálogo O artesão
e o estudante é repleto de detalhes sobre a vida cotidiana da Idade Média.
Em 1400, O tecelão discorre,
romanticamente, sobre o livre arbítrio.
O pastor reformista Jan Hus
manifestou sua preocupação com o idioma em estudos como De ortographia bohemica (1412). Seu seguidor Petr Chelcicky, um
camponês filósofo que não sabia latim, escreveu em tcheco sobre o ideal da
não-violência inspirado nos evangelhos. Jan Blahoslav, poeta e erudito em
teoria musical e teoria poética, escreveu a Gramática
tcheca e, com outros escritores, recopilou a Bíblia tcheca protestante (ver Protestantismo), obra que serviu de
modelo literário ao tcheco clássico.
Após a perda da independência
política (1620), Jan Komensky — cujo nome latino era Comenius — escreveu em
tcheco e latim sobre diversos temas: pedagogia, psicologia e filosofia. Josef Dobrovsky,
um intelectual nacionalista estudioso da língua e cultura de seu país, reuniu
grande quantidade de material lexicográfico, estabelecendo o tcheco clássico.
RESSURGIMENTO NACIONAL
Josef Jungmann organizou um dicionário tcheco (1834-1839). Outro autor destacado foi o eclesiástico eslovaco Jan Kollar que adotou o estilo romântico (ver Romantismo). Frantisek Ladislav Çelanovsky escreveu poesias seguindo o estilo das canções folclóricas tchecas e russas. Frantisek Palacky, chamado o pai da nação, escreveu uma importante história da Boêmia (1836-1867)
O mais importante dos poetas
deste período foi Karel Hynek Macha. Karel Jaromir Erben criou baladas trágicas
populares e Karel Havlicek Borovsky embasou a crítica e o moderno jornalismo
tcheco através de seus artigos e poemas satíricos (ver Sátira). Bozena Nemcová estabeleceu as formas do romance e do
conto, mesclando a influência das histórias rurais da romancista francesa
George Sand às suas próprias observações da vida campestre tcheca.
A escola dos escritores
nacionais, encabeçada por Jan Neruda, foi substituida por dois grupos:
parnasianos e nacionalistas. Os parnasianos eram liderados pelo poeta Jaroslav
Vrchlicky (pseudônimo de Emil Frida). A vertente nacionalista tinha no também
poeta Svatopluk Cech seu máximo representante. Destacarm-se, ainda, o pensador
e político Tomás Garrigue Masaryck e o crítico literário Frantisek Xaver Salda
que introduziu tendências inovadoras como o simbolismo, cultivado também por
Otokar Brezina e Antonin Sova.
INDEPENDÊNCIA NACIONAL
A partir da independência do império dos
Habsburgos — e da formação da Tchecoslováquia (hoje República Tcheca e
República Eslovaca) —, surgiram Stanislav Kostka Neumann, Jiri Wolker e Josef
Hora que dedicaram seus poemas a temas proletários. Em 1924, Vitezlav Netzval e
Frantisek Halkas fundaram um novo movimento, denominado por eles de
"poetismo", a favor da poesia pura e livre de qualquer conteúdo
social.
Em contrapartida, o romance
deste período foi marcado por experimentações formais e pela preocupação com os
problemas sociais. Os nomes mais expressivos foram Marie Majevorá, Marie
Pujmanová e Jaroslav Hasek. Mas foi Karel Capek, autor de romances e peças
teatrais, o nome mais conhecido da literatura tcheca no exterior. Vladislav
Vancura, outro escritor destacado, adotou a corrente surrealista em seus
romances. Austríaco, de origem tcheca, Franz Kafka, tornou-se mundialmente
conhecido e é uma referência inevitável quando se fala na nova literatura
tcheca.
LITERATURA PÓS-PRIMAVERA DE PRAGA
O movimento que tentava libertar a Tchecoslováquia do regime comunista, alcançou seu ponto culminante na "Primavera de Praga", em 1968, quando o país foi ocupado pelo exército russo. Neste momento, floresceram o teatro de Václav Havel e o romance de Ludik Vaculik. Após a invasão, muitos intelectuais se exilaram — entre eles, Josef Skvorecky e Milan Kundera — e publicaram suas obras em outros países. O poeta Jaroslav Seifert continuou em Praga e, em 1984, converteu-se no primeiro autor tcheco a ganhar o prêmio Nobel de Literatura. Václav Havel tornou-se o primeiro presidente tcheco eleito por voto direto.
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