quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Literatura pelo mundo

Literatura angolana

A literatura angolana é marcada fundamentalmente por três influências: a do neo-realismo português, cujo apogeu se situa nos anos 40; o movimento negritude de Léopold Senghor na África de expressão francesa que impressionou diversos grupos da Casa dos Estudantes do Império que vivia em Lisboa nos anos 50, e o grupo intelectual que se formou, a partir de 1948, em torno do poeta Viriato da Cruz; e o movimento modernista brasileiro, calcadas nos modelos ocidentais, seguindo as regras da literatura oral ou fazendo uma literatura militante que serviu de traço de união entre os diferentes movimentos pela independência da colônia, os escritores angolanos procuram impor sua forma de expressão.

O término da Segunda Guerra Mundial em 1945, com a derrota dos regimes autoritários, criou condições para o início do processo de descolonização das colônias européias na África e na Ásia. Esses ventos favoráveis às reivindicações de liberdade que sopravam pelo mundo também atingiram Angola, e assim em 1948, surgiu em Luana, o Movimento “Vamos Descobrir Angola”, propondo uma redescoberta dos valores culturais africanos sufocados pela assimilação cultural européia. Simultaneamente, estudantes angolanos radicados em Portugal apóiam o movimento que tinha por base as Casas dos Estudantes do Império (CEI) de Lisboa e Coimbra, promovendo manifestações artísticas em prol da angolanidade.

A descrição da realidade social e a contestação do colonialismo aparecem predominantemente nas obras de romancistas como Mário Antônio (Crônica de uma cidade estranha, 1964); Arnaldo Santos (Quinaxixe, 1965) e Santos Lima (As sementes da liberdade, 1965), enquanto poetas como Antonio Cardoso ou Agostinho Neto (Coletânea de Poemas, 1961), fortemente marcados pelo surrealismo, tentam comunicar sua inquietação por intermédio da língua portuguesa tal como ela se desenvolve na África.

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