1. Quem é Waldete Pugliese?
Sou uma pessoa extrovertida, autêntica, alegre por natureza, que ama a vida e adora “gente”.
Sou espírita, e, juntamente com um grupo de amigos, participo de gravações para a WEB no site: www.caminhandojuntos.com.br, onde no programa “nos caminhos do saber”, tratamos de assuntos sobre o cotidiano; além do que, também participo de dois programas na Rádio Boa Nova: Conversa amiga com você e Ação 2000.
Sou voluntária no Centro Obreiros da Eternidade, onde estudo e também administro exposições a respeito de espiritismo e espiritualidade.
2.O que a motivou a escrever e quais suas influências?
Quando, súbito, ousei iniciar minhas obras literárias, não pensei que a inspiração para o romance aflorasse de maneira tão intensa, contudo, possuo uma imaginação fértil e tenho facilidade para vestir pensamentos. Através da palavra pude divagar, sem discriminação, todos os caminhos da minha imaginação, expondo de maneira ilimitada, as impressões puras de meus sentimentos.
Escrever a respeito do amor e da sensibilidade do ser é algo que me fascina; sendo que hoje posso transformar simples palavras e imagens em uma narrativa que tem o poder de envolver as pessoas. Isto, sem sombra de dúvida, torna-me amplamente recompensada.
Embora eu aprecie os romancistas antigos, como Graciliano Ramos, Clarice Lispector, Mário de Andrade, Machado de Assis e outros, a autora americana Nora Roberts possui um estilo de escrita que faz lembrar muito o meu. Agora, quanto às influências, propriamente dita, posso dizer que as minhas são as Divinas.
3.No seu primeiro livro, UMA ROSA DO DESERTO, nos deparamos com uma história de amor até certo ponto inusitada. Uma moça francesa apaixona-se por um sheik marroquino. Com costumes completamente diferentes, eles precisam enfrentar inúmeras dificuldades para viver esse romance. Por que a escolha desse país?
Sempre fui aficionada pelo deserto e pelos costumes e tradições arábicas, e diante das tantas inspirações e imagens que populavam minha mente, a história do meu primeiro livro, “uma rosa do deserto”, surgiu-me, sempre brinco, num estalar de pensamento, com personagens, nomes, enredo..., tudo.
Tive também uma intuição durante à noite sobre o nome que daria à aldeia onde ocorre quase toda a narrativa e, posteriormente, na pesquisa de campo que sempre faço, constatei que a aldeia realmente existia; assim sendo, percebi que o país deveria ser o Marrocos. Ademais gosto de escrever e lutar contra preconceitos.
Embora eu seja romancista, gosto de escrever minhas histórias com o máximo de realidade, e costumo ser fidedigna às pesquisas, à vida real e às minhas inspirações. Após 4 anos do término de “uma rosa do deserto”, visitei várias tribos no Marrocos e constatei tudo o que havia narrado em minha obra.
O sentimento inusitado entre Mayla e o Sheik Omar, nada mais é do que provar que o AMOR verdadeiro pode aflorar em qualquer lugar e com uma pessoa que menos esperávamos; o amor, primeiramente nos toca e nos assusta, para depois nos envolver e se intensificar rapidamente.
4.Seu segundo livro, SONHOS DE UMA ESTAÇÃO, trata de um amor surgido de um casamento arranjado entre o pai da moça e o futuro noivo, ambientado no final do século XIX e início do século XX. Esse hábito era muito comum antigamente e perdura até hoje em algumas culturas. Houve algum fato semelhante em sua família que a inspirou? Caso não, de onde veio a ideia da trama? Por que, novamente, uma história com amores quase impossíveis?
A ideia da trama surgiu da mesma forma que em minha obra anterior, e embora não haja um caso de casamento “arranjado” em minha família, tenho a história e a árvore genealógica de meus ascendentes desde o ano de 1.719, sendo que me ocupei de alguns fatos e nomes, e ainda escolhi a cidade natal de minha avó paterna: Lucca na Toscana.
O conde Filippo realmente existiu, só que era Filippo Tieppo e não Filippo Carcciano.
Amor, para mim, nunca é impossível. Sou prova viva de que um amor intenso pode durar apenas o necessário para que se torne inesquecível, e dessa forma será eterno nas lembranças; assim, ele acontecerá para transformar a vida de certas pessoas, e enquanto perdurar no encontro de duas almas, ambos vivenciarão felicidade e realização. O amor não “ser para sempre”, ou “eterno”, não significa que acabou, que não fora intenso e que não dera certo.
5. Seus personagens têm uma carga emocional muito forte. Isso foi o que mais me chamou a atenção, além dos excelentes enredos. De onde vem a capacidade de criação de pessoas com personalidade tão forte, principalmente Krysta e Mayla, meninas tão ousadas para a época das tramas, em SONHOS DE UMA ESTAÇÃO e UMA ROSA DO DESERTO, respectivamente?
Novamente cito minhas inspirações como parte primordial e principal em todos os meus escritos. Vivencio em minha mente cada cena principal que narro, e dessa forma consigo transmitir os sentimentos através de minhas personagens.
Aprecio mulheres de fibra e autenticidade; mulheres que têm um ideal e lutam por tudo aquilo que acreditam, independente de sua posição; assim sendo, quando criei a Mayla, tinha o anseio de ser exatamente como ela; quando criei Krysta D'Adiét, já havia alcançado tal desejo.
Meu intento nunca é mostrar aos leitores uma história “apenas” com um final feliz, mas evidenciar que nossas escolhas tem um peso considerável em nossas vidas e que tudo é possível enquanto vivenciamos o que nos é necessário.
Quanto as minhas personagens serem ousadas à época das narrativas, digo que, em certas situações, é importante quebrarmos regras e fazermos o nosso momento, deixarmos a nossa marca.
6. Há um terceiro trabalho por vir? Caso sim, pode nos adiantar do que se trata?
Espero realmente que sim...
Já tenho o terceiro livro pronto e o quarto, onde mudarei o estilo da escrita e será a continuação do terceiro, em fase de criação. Porém, no momento encontro-me sem um Editor
Gosto de tratar a respeito do sentimento de amor e do relacionamento entre as pessoas; então, minhas obras futuras tratam de assuntos do cotidiano.
7. Quais as maiores dificuldades pelas quais passou para publicar seus livros?
Todas que se possa imaginar.
Toda a complicação de passar por várias editoras e ser recusada, pois infelizmente Editora é uma empresa e uma empresa visa apenas lucros.
É triste saber que é negada ao novo autor uma oportunidade de aflorar como escritor, pois é incógnito se haverá sucesso de vendas.
Precisei bancar minha primeira obra através de um Editor amigo, que infelizmente não o era o suficiente para tratar o negócio da publicação com seriedade até o final e como rezava o contrato.
8. Em se tratando do mercado editorial brasileiro, quais as perspectivas para os novos autores que estão surgindo?
Ante o desejo de se publicar uma obra e as perspectivas apresentadas, permeia a dificuldade e caminhos tumultuados e espinhosos, pois considero o mercado editorial uma instituição fechada: entra quem é afamado e vende bem. No entanto, acredito que todas as batalhas devem ser enfrentadas com coragem e perseverança.
Quando optamos por não tentar, ou desistir, escolhemos a dúvida como companheira. Penso que já nos basta as editoras não crerem em um novo autor em potencial; nós devemos sempre acreditar em nós mesmos e seguir em frente.
9. É notável a preferência dos brasileiros por livros estrangeiros. Na Bienal, por exemplo, todos estavam ansiosos pela presença de autores como Alyson Noël, Emily Giffin, Hilary Duff, William P. Young, etc. Nos dois últimos anos li muitos livros nacionais e não devemos em nada para a literatura internacional. Em sua opinião, o que leva os leitores brasileiros a preferirem as obras estrangeiras?
Primeiramente, concordo com você quanto a nos equipararmos à literatura internacional.
Em segundo, sabemos que não nos é cultural o hábito da leitura, e soma-se a isso a infelicidade de alguns brasileiros não darem crédito e não prezarem os produtos nacionais em todos os sentidos. Dessa forma, só é aceito o produto estrangeiro.
Há o preconceito não apenas na literatura, e embora haja autores que se destaquem em todas as áreas, todo artista brasileiro encontra diversos obstáculos para se lançar e ser reconhecido em nosso mercado.
10. Deixe um recado para os leitores do blog.
A realização de um sonho, ou desejo, nunca é fácil, pois os caminhos, por vezes, tornam-se tortuosos e obscuros; no entanto, devemos perseverar, lutar, nos evidenciar e esperançar. O sonhos nunca terminam; nós é que os trancamos dentro de nós e fingimos esquecer.
Sabemos que o tempo ajusta as rédeas de nossas vidas, pois se hoje a escuridão permite-nos apenas enxergar a grande montanha que se ergue em nosso caminho, precisamos também ter a certeza de que a luz, amanhã, nos auxiliará a enxergar a passagem que nos conduzirá ao outro lado.
ACREDITAR!! Esse é o lema!
Márcio!
ResponderExcluirBelíssima entrevista.
Gosto das entrevistas porque podemos conhecer um pouco mais sobre o entrevistado e seu trabalho.
cheirinhos
Rudy
Linda essa minha amiga!!!
ResponderExcluirParabéns!
Beijosssss
Fê :)
legal, seu blog visitra o meu !
ResponderExcluirhttp://adpiagge.blogspot.com/
@alef_dp
Concordo com a Rudy, as entrevistas são válidas para conhecermos melhor o autor e suas ideias. bjs, Rose.
ResponderExcluirNa palavra "orgulho" não cabe significados suficientes para expressar o tal sentimento.
ResponderExcluirTudo bem que sou suspeita, comentário de filha não deveria valer, mas mesmo assim, eu amei a entrevista, e quanto aos livros, o que dizer se não histórias lindas e totalmente envolventes!
Parabéns à minha escritora preferida!!!
Carolina*
Wal! Vc é uma pessoa muito especial e fico muito feliz em ler esta entrevista. Não sabia da segunda obra e quero ler também...É admirável a forma como vc trata as dificuldades,prova viva do crescimento adquirido através delas!
ResponderExcluirParabéns querida e muito sucesso!
Sibele