segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Literatura pelo mundo - Canadá


Em seus primórdios, a literatura canadense, em inglês e em francês, buscou narrar a luta dos colonizadores em uma região inóspita. Ao longo do século XX, a industrialização do país e a evolução da sociedade canadense levaram ao aparecimento de uma literatura mais ligada às grandes correntes internacionais.

Literatura em língua inglesa. As primeiras obras literárias produzidas no Canadá foram os relatos de exploradores, viajantes e oficiais britânicos, que registravam em cartas, diários e documentos suas impressões sobre as terras da região da Nova Escócia. Frances Brooke, esposa de um capelão, escreveu o primeiro romance em inglês cuja ação transcorre no Canadá, History of Emily Montague (1769).

As difíceis condições de vida e a decepção dos colonizadores com um ambiente inóspito, frio e selvagem foram descritas por Susanna Strickland Moodie em Roughing It in the Bush (1852; Dura vida no mato). John Richardson combinou história e romance de aventura em Wacousta (1832), inspirada na revolta dos índios ottawas.

As primeiras obras poéticas referiram-se também aos problemas da colonização e à descrição da nova terra e seus habitantes. Oliver Goldsmith deu tons épicos ao esforço dos pioneiros em seu longo poema The Rising Village (1825; A aldeia nascente). Nessa mesma época, o romance histórico teve grande desenvolvimento e William Kirby revelou em The Golden Dog (1877; O cão de ouro) uma visão romântica da vida senhorial nas colônias francesas.

A literatura anglo-canadense no século XX evoluiu no sentido da ampliação dos recursos expressivos e de maior diversidade nos temas. Nas primeiras décadas desse século, a narrativa teve uma temática localista, com autores como Ralph Connor, Sara Jeannette Duncan e Mazo de la Roche, cujo ciclo sobre a história de uma família, iniciado com Jalna, alcançou êxito mundial, o que também ocorreu com as sátiras de Stephen Leacock.

Na década de 1930, a vertente rural do realismo social destacou nomes como Martha Ostenso e Frederick Philip Grove. Morley Callaghan, talvez o mais internacional dos romancistas canadenses, adotou uma postura de denúncia ética em crônicas da vida urbana como They Shall Inherit the Earth (1935; Eles herdarão a terra).

Após a segunda guerra mundial, o romance anglo-canadense passou por vigorosa renovação. Assim, Sheila Watson criou uma enigmática alegoria em The Double Hook (1959; O anzol duplo), enquanto Sinclair Ross, W. O. Mitchel e Ernest Buckler evocaram a monotonia, a solidão e a hipocrisia das pequenas cidades do oeste do país, em estilo lírico e experimental. O autor mais ambicioso foi Hugh MacLennan, que em Two Solitudes (1945; Duas solidões) e The Watch That Ends the Night (1959; A última guarda) analisou o dualismo cultural canadense.

A partir da década de 1960, a tendência mais comum foi a reinterpretação imaginativa e satírica da história canadense. Nesse sentido, Robert Kroetsch transformou as típicas histórias das pradarias em paródias modernas, Rudy Wiebe escreveu relatos épicos fictícios baseados em fatos reais e Timothy Findley recriou as conseqüências das duas guerras mundiais nos protagonistas de seus romances.

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