Literatura
chilena
A evolução literária dos
escritores chilenos do século XX e no que vai do XXI mostra o mesmo quadro que
caracteriza a literatura em geral de instabilidade, de modificação, de ruptura,
de transgressão, de variedade dentro da unidade, que parecem próprios dos tipos
de discurso que se vem produzindo na literatura através dos tempos, das línguas
e das culturas. Talvez por isso, nem a crítica, nem a teoria literária nem a
história da arte conseguiram estabelecer categorias aceitas por unanimidade e
validadas, pretendendo resolver o problema da variação permanente, da
multiplicidade e da heterogeneidade das formas literárias.
A literatura chilena obedece à condição histórica, que é um campo instável gerado por uma noção difusa, plural e heterogênea, tanto entre os próprios escritores como entre os teóricos, críticos e historiadores. No Chile quanto no Brasil existe uma trajetória canônica paralela com uma não canônica, de grandes escritores, que se faz necessário revalidar porque a experiência demonstrou inúmeras vezes o trânsito dos autores da rebeldia, do protesto e da denúncia, à oficialidade. É só questão de tempo e perspectiva, de maturidade intelectualtanto da crítica quanto dos leitores.
Seguindo o raciocínio de Bloom, sabemos que o cânone existe para impor limites, estabelecer um padrão estético de medida, um instrumento de sobrevivência construído para resistir ao tempo e não a razão. O cânone da literatura chilena, brasileira e latino-americana em geral, se desenvolveu desde seus inícios como imitação do cânone europeu, segundo critérios de homogeneidade, singularidade, linguagem especial e mimese. Dentro desse marco, os escritores conseguiram criar formas literárias imitativas e também próprias, como o realismo mágico, o “creacionismo”, a antipoesia. Trata-se de um conjunto textual pouco definido já que tomou como modelo a literatura espanhola e européia. Em particular, o cânone chileno e hispano-americano, ainda estando regido por categorias européias ou europeizantes, tais como a mimese aristotélica, o reflexo estético de linha marxista, os níveis de estilo e realidade da Antigüidade, a retórica, o indigenismo e outras, respeitando e apreendendo as noções e estruturas de texto dos avanços e modas provenientes do centro, valorizando os livros e escritores segundo os modos de leitura europeus; ao mesmo tempo tem dado especial importância à aparição de conteúdos americanos. Isso aconteceu a partir da consciência crítica e autocrítica surgida durante as guerras da Independência, que no campo literário deu origem à reflexão metatextual, expressada em proclamações ideológicas e artes poéticas, tais como as Silvas Americanas de Andrés Bello, e mais tarde às “Palavras Liminares” de Rubén Darío, os manifestos de Vicente Huidobro, as artes poéticas de G. Mistral, Borges, Neruda, Nicanor Parra, Enrique Lihn e outros.
Como continuidade dessas iniciativas, realizações e programas de escritas literárias, provavelmente, apareceram os diversos conceitos de literatura e tipos de texto próprios de A. L., como o poema modernista de Darío, o poema como palavra recolhida de Mistral, a poesia creacionista de Huidobro, o real maravilhoso americano e o realismo mágico de Alejo Carpentier e García Márquez, o texto de literatura fantástica de Borges, a poesia impura de Neruda, a antipoesia de Parra, o barroco americano de Carpentier, Lezama Lima e Severo Sarduy, a poesia situada de E. Lihn, a poesia exteriorista de Ernesto Cardenal e Coronel Urtecho, a poesia etnocultural de poetas mapuches e chilenos.
A literatura chilena obedece à condição histórica, que é um campo instável gerado por uma noção difusa, plural e heterogênea, tanto entre os próprios escritores como entre os teóricos, críticos e historiadores. No Chile quanto no Brasil existe uma trajetória canônica paralela com uma não canônica, de grandes escritores, que se faz necessário revalidar porque a experiência demonstrou inúmeras vezes o trânsito dos autores da rebeldia, do protesto e da denúncia, à oficialidade. É só questão de tempo e perspectiva, de maturidade intelectualtanto da crítica quanto dos leitores.
Seguindo o raciocínio de Bloom, sabemos que o cânone existe para impor limites, estabelecer um padrão estético de medida, um instrumento de sobrevivência construído para resistir ao tempo e não a razão. O cânone da literatura chilena, brasileira e latino-americana em geral, se desenvolveu desde seus inícios como imitação do cânone europeu, segundo critérios de homogeneidade, singularidade, linguagem especial e mimese. Dentro desse marco, os escritores conseguiram criar formas literárias imitativas e também próprias, como o realismo mágico, o “creacionismo”, a antipoesia. Trata-se de um conjunto textual pouco definido já que tomou como modelo a literatura espanhola e européia. Em particular, o cânone chileno e hispano-americano, ainda estando regido por categorias européias ou europeizantes, tais como a mimese aristotélica, o reflexo estético de linha marxista, os níveis de estilo e realidade da Antigüidade, a retórica, o indigenismo e outras, respeitando e apreendendo as noções e estruturas de texto dos avanços e modas provenientes do centro, valorizando os livros e escritores segundo os modos de leitura europeus; ao mesmo tempo tem dado especial importância à aparição de conteúdos americanos. Isso aconteceu a partir da consciência crítica e autocrítica surgida durante as guerras da Independência, que no campo literário deu origem à reflexão metatextual, expressada em proclamações ideológicas e artes poéticas, tais como as Silvas Americanas de Andrés Bello, e mais tarde às “Palavras Liminares” de Rubén Darío, os manifestos de Vicente Huidobro, as artes poéticas de G. Mistral, Borges, Neruda, Nicanor Parra, Enrique Lihn e outros.
Como continuidade dessas iniciativas, realizações e programas de escritas literárias, provavelmente, apareceram os diversos conceitos de literatura e tipos de texto próprios de A. L., como o poema modernista de Darío, o poema como palavra recolhida de Mistral, a poesia creacionista de Huidobro, o real maravilhoso americano e o realismo mágico de Alejo Carpentier e García Márquez, o texto de literatura fantástica de Borges, a poesia impura de Neruda, a antipoesia de Parra, o barroco americano de Carpentier, Lezama Lima e Severo Sarduy, a poesia situada de E. Lihn, a poesia exteriorista de Ernesto Cardenal e Coronel Urtecho, a poesia etnocultural de poetas mapuches e chilenos.
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